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sábado, 1 de outubro de 2016

Incógnita

Me desculpa
Mas eu não podia
Nem naquela época
E nem hoje em dia

Me desculpa mas é que o talvez
Há, como ele me assusta
O desespero
A dor

Me desculpa mas certos impulsos
Certas bagunças
Certos sofrimentos
Não me cabem

Me desculpa
Não fui nada
Enquanto você foi tudo
E eu nunca soube

Me desculpa, acho que nunca saberei
E ambos vamos ter que aprender
Você viver sem mim
Eu viver sem você

Me desculpa
Mas não há mais nada
Nada que possamos fazer
Nada que possamos suportar

Não tem muito que eu possa medir
Nem que eu possa ver
Nem que possa abraçar
Ou que possa saber

Mas uma coisa eu sei
E talvez saiba pra sempre
Só você me foi algo padrão
Que nem eu mesma sei explicar

Já o resto, bom, explico o resto muito bem
Que incógnita, não?